Dom José Marello, uma pérola escondida (Apêndice e Notas)

APÊNDICE
DOM JOSÉ  MARELLO
UMA PÉROLA ESCONDIDA
Pe. José Antônio Bertolin, OSJ.


01- DEVOÇÃO MARIANA 
"Desde criança, antes ainda de fazer a primeira eucaristia, ensinaram-me a devoção à Virgem Maria. Felizes de nós que tivemos assim uma boa educação! " ( De um dos cadernos de escola do Marello )

02 - O SEMINÁRIO
Em 31 de outubro de 1856  foi recebido pelo Superior  do Seminário de Asti , iniciou as aulas no dia 04 de novembro, juntamente com mais 25 colegas de classe e desde o primeiro dia, José recebeu duas notas "dez", uma pelo seu comportamento e outra pela aplicação nos estudos.

03 - O MARELLO
Lia e estudava os autores latinos tais como Cícero e Horácio.

04 - ÍDOLO DE CARNE
Não se sabe de preciso se nesta ocasião o Marello teve afeto por uma jovem, tudo indica que não. Sabe-se que era um  jovem ambicioso e em meio a cultura dominante de Turim, através dos estudos e lendo jornais que enchiam a sua cabeça dos expoentes como Garibaldi, Mazzini, Napoleão III, Cialdini e muitos outros. Sonhou ser um dia um jornalista, um agitador de massa.

05 - AMBIENTE EM TURIM
Enquanto o Marello estudava e preparava-se para o futuro, o seu ambiente estava cercado de  grandes homens como o Cônego Anglesio, Dom Bosco, Leonardo Murialdo, Francisco Faà, etc.

06 - DOENÇA
"Sua doença ocasionou-lhe uma guinada na sua vida, abriu-lhe os olhos para reconhecer a  vaidade do mundo e como tudo era relativo" (Pe. Cortona)

07 - NO SEMINÁRIO
Seu colega de seminário, Secondo Navone, testemunhou que o Marello era sempre sorridente e rico de  grandes virtudes; todos os seus colegas seminaristas o admiravam e  falavam muito  bem dele.

08 - CONFESSOR
"Como confessor no seminário, era aquele que tinha o maior número de seminaristas, sob sua direção espiritual. Mais do que aquelas suas palavras e admoestações, sentia-me tocado pela sua paternidade e bondade."( Henrique Schierano)

09 -EM ASTI
O jovem sacerdote Marello era muito conhecido, e todos se sentiam à vontade de aproximar-se dele. Ele não afastava, mas atraia as pessoas. O povo o chamava de "El Canonic bravi", " O bom Cônego". Todos admiravam o seu espírito de piedade e oração.

10 - MARELLO COOPERADOR SALESIANO
No dia 15 de maio de 1881, Dom Bosco, inscreveu o Marello entre os colaboradores salesianos, enviando-lhe o Regulamento com a seguinte  dedicação: "Ao Revmo Pe. José Marello, Cônego. Oferta de Dom Bosco.

11 - HENRIQUE CARANDINO
Nasceu em 1860 e em 1873, ingressou no seminário de Asti, tendo fama de santidade entre  os seminaristas e  grande capacidade no conhecimento do latim e do  grego, a ponto de ter o apelido : "O Cícero do seminário."

12 - SANTA CHIARA
No final de 1885, Santa Chiara tinha aproximadamente 200 membros dos quais 54 eram idosos.

13 - EM SANTA CHIARA
A entrada e a estabilização do Marello em Santa Chiara, assinalou para aquele asilo e para os seus Oblatos, um período áureo, pois os doentes passaram a experimentar sua ternura paterna, beneficiando-os com  os  tesouros de sua caridade, consolando-os com  o seu contínuo exemplo de paciência, serenidade e de abandono em Deus. (Icilio Felice, em Joseph, 1948)

14 - SERVIÇO PASTORAL ÀS PAROQUIAS
O Pe. Vicente Baratta, foi o ecônomo espiritual de nove paróquias na  Diocese de Asti.

15 - O MARELLO E OS SANTUÁRIOS
O Marello teve muito presente em seu coração o Santuário de Nossa Senhora da Misericórdia em Savona, de Nossa Senhora da Consolação em Turim e peregrinou em espírito de fé pelos santuários de Aropa, Varallo, Crea e Pompei.

16 - O MARELLO E SÃO JOSÉ
Quando o Marello falava de São José, tinha idéias tão brilhantes sobre suas virtudes e  seus privilégios, que todos os que o ouviam ficavam admirados e não entendiam de onde tomava tanta doutrina numa época em que São José não era estudado. Ele inculcava constantemente a confiança em São José, mas insistia particularmente sobre a obrigação de imitá-lo, especilamente no exemplo de sua vida de  escondimento e de abandono à Divina Providência.

17 - O MARELLO E OS OUTROS SANTOS
Como protetor da juventude de sua Congregação, ele escolheu São Luiz Gonzaga,  para os estudantes aspiranttes  Santo Estanislau Kostka e para  os Noviços, São  João Bergmans.

18 - O MARELLO E O RAMO FEMININO
Entre as jovens que viviam em Santa Chiara, o Marello escolheu algumas que poderiam ter-se tornado o primeiro núcleo de uma Congregação Religiosa Feminina, instruiu-as e até chegou a impor-lhes uma medalha de São José, mas a Superiora das Irmãs Vicentinas que  trabalhava no  próprio Asilo, tirou-lhes as medalhas, não permitindo a elas de usarem.

19 - CARTA DE D. RONCO AO PE. PAGELLA
Apresentando o Marello como Bispo de Acqüi: "Como seminarista destacou-se entre  os colegas pela piedade, disciplina e a aplicação aos estudos. Como sacerdote teve sempre uma conduta edificante em todos os aspectos, irrepreensível aos olhos dos Superiores, foi sempre tido aos olhos de todos como  um sacerdote modelo... Levado por razões de seus  trabalhos, estava em contato com todos e com todas as situações, assim como um contínuo contato com o clero diocesano e com as  pessoas mais diferenciadas e não existe quem não lhe tribute sincera  estima e todo respeito.
É de índole dócil, paciente,  e diante das pessoas, ninguém jamais o viu, especialmente na Cúria episcopal irritado ou de mau  humor. Atende diariamente as confissões na Catedral e na Igreja do Asilo de Caridade, tanto de manhã como a tarde. "É um bom pregador".(SI  421ss)

20 - DIANTE DAS DIFICULDADES EM SANTA CHIARA
O Marello às vezes cantarolava para os seus Oblatos esta  frase em francês: "Je suis Napoleon ne trembez pas".  Aplicando a São José, em confronto com os seus devotos, como Napoleão dizia aos seus soldados.

21 - DEPOIS DE SUA CONSAGRAÇÃO EPISCOPAL
Vieram visitar-lhe seus amigos Riccio, Delaude, Rossetti e Motta, assim como outros. Estes pediram-lhe a sua benção, mas o Marello titubeava, não sabendo se aqueles seus amigos brincalhões falavam sério ou não. Então um deles, lhe disse em Dialeto Piemontes: So, So fa nem la ciula! "Vamos, vamos não faças o estúpido!" Então o Marello abençoou-os.
22 - VISITAS PASTORAIS
O Marello iniciou a sua primeira visita pastoral no dia 13 04 1880. E durante o período de seu episcopado, visitará todas as 143 paróquias da diocese, menos aquela de Lussito, onde estava sendo  construinda  uma nova Igreja, e ele esperava para visitá-la ao término da construção, para poder consagrá-la.

23 - MARELLO,  BISPO
O jornal "Gazzetta del Populo",  elogiou muito o Marello, especialmente pela ocasião de seu ingresso na  Diocese de Acqüi. Ele apenas chegou em Castelnuovo Belbo pela visita pastoral e "atraiu o carinho e o amor de todo o  povo." Para mim parecia estar diante de uma cópia viva de São Francisco de Sales, seja na pregação fácil, familiar e profunda ... (Pe.Panizza)

24 - MARELLO E A CATEQUESE
Foi muito preocupado com a formação cristã. Preparou nos anos 1891-92 e difundiu com empenho, um catecismo muito apreciado que tinha como título "Compêndio da Doutrina Cristã para a Diocese de Acqüi". Este continuou sendo usado ainda depois de sua morte.

25 - MARELLO E A CARIDADE
Aos seminaristas que não podiam pagar as mensalidades no Seminário, ele pagava pessoalmente com seu dinheiro, sem dizer nada a ninguém. Gostava que a  Igreja fosse sempre bem limpa e em ordem para as celebrações. Para um pároco presenteou-o com um turíbulo, para um outro um paramento litúrgico. Ajudava sempre os pobres.

26 - BISPO
Em resposta  à sua relação sobre a Diocese a Santa Sé, recebeu da "Congregação dos bispos" estas  palavras: ..."observante perfeitamente a lei da residência, administrastes aos teus filhos os sacramentos de  maneira copiosa, pregastes o evangelho ao teu povo... És um pastor  atento que não deixastes nada desapercebido, em tudo aquilo que podia ser de enriquecimento à grei que te fostes confiado, ao ponto de produzir numerosos frutos de salvação eterna em razão de teus esforços... Perseveres deste modo assim sublime  e, como pai  amantíssimo, possas guiar entre as tempestades terrenas os teus filhos ao porto da Bem-Aventurada Salvação".  ( Resposta do Cardeal  Prefeito da S. Congregação dos Bispos, à Dom José Marello, bispo de Acqui, 27 01 1892).

NOTAS
1 - ( C  72 )
2 -  ( C 23 )
3 - ( C 23 )
4 - ( C 76 )
5 - ( C 94 )
6 - ( C 76 )
7 - ( C 95)